terça-feira, 11 de dezembro de 2012

OCNCR roteiro da performance - Técnica


ROTEIRO Técnico -  OCNCR
ENTRADA:

·         SOM: Ondas do rio
·         LUZ: contra luz e lateral branca.
Nando posicionado em baixo da mesa.
Lenilson: Entrar e fechar a porta – SINAL PARA A RETIRADA DO SOM DE ONDAS E MUDANÇA DE LUZ.
·         SOM: NENHUM
·         LUZ: Retirada gradual das luzes brancas com consecutiva inserção do foco branco de frente.
·         Nando  no centro do foco liga a máquina de fumaça
Quando a máquina de fumaça parar retirar a luz.

SEGUNDO MOMENTO:
·         SOM: NENHUM
·         LUZ: Black
SINAL: Primeiro toque do Sino –  GRADUALMENTE Geral  LED AZUL
Após todas as  batidas do sino:
·         NANDO: Larga a corda no chão –
·         VÍDEO: 01 – Partida de Belém
·         LUZ: retirada da geral de LED azul – Black
·         NANDO: Arrumando  as cortinas para os vídeos.

BLACKOUT.

·         VIDEO: 02 BÚFALOS
·         LUZ: Geral LED Vermelha (somente quando o vídeo começar a ficar vermelho)
Retirada da luz vermelha e consecutiva colocação foco de frente.
·         VIDEO: 03 Pássaros
·         LUZ: FOCO de FRENTE.
·         NANDO: Lança bolas de madeira no chão.
Retirada foco de frente e troca para a luz GERAL LED AZUL +  GERAL LED VERDE  (30%)
·         VIDEO:  04 Carro
·         LUZ: GERAL LED AZUL +  GERAL LED VERDE  (30%)
·         NANDO:  passos lentos na frente do vídeo

BLACKOUT.

·         VIDEO: 04 Praia do Mata Fome
·         LUZ: GERAL LED AZUL +  GERAL LED VERDE  no ritmo da batida.
·         NANDO: Com o semeador atrás das cortinas
Troca de vídeo:
·         VIDEO: 03  Movimento dos Barcos
LUZ: BLACKOUT.
·         NANDO: prepara o carrossel
TERCEIRO MOMENTO:
Entrada de sombras com “Clube da esquina nº2”
·         LUZ:  Lateral Branca + Geral AZUL de LED + Foco de Lanterna

·         BLACKOUT.

·         GERAL branca.

FIM.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Workshop - fala de Alexandre Sequeira


Alexandre: Eu preparei um material que não é o meu trab. Não vou falar nada do meu trabalho. Eu construí uma coisa que tem haver com o que estou propondo pro meu doutorado. E que eu dividi em duas partes, uma parte é um pouco mais textual. São alguns elementos que eu reuni de dois autores: Um deles é o Mauricio Lissovsky http://www.pos.eco.ufrj.br/docentes/prof_lissovsky.html “A Maquina de Esperar” e o outro é o Joan Fontcuberta - http://www.fontcuberta.com/  -  que é “A Câmera de Pandora”. Essas duas pessoas tratam da fotografia nessa virada do período moderno para o contemporâneo.

Esse aqui... moderno, até ao subtítulo é a origem e estética da fotografia moderna e o Fontcuberta trata um pouco desse fenômeno agora da fotografia se confundindo com a esfera cotidiana e quase que banal. Então de certa forma os dois discutem a questão de que a fotografia desde o início carregava um compromisso nas costas de que ela surgia como uma técnica que dava conta de ser um documento; um documento do que aconteceu.

E os dois começam a falar de como ela começa com esse compromisso, essa promessa de ser um documento e ela mesma suscita uma discussão do que a gente entende por documento, do que a gente entende por verdade. Como se ela mesma, a própria técnica que chegou como documento, reverte toda a discussão. Então esse documento é revisto e reconsiderado na cena contemporânea.
Na segunda parte eu coloquei uma série de fotógrafos da produção contemporânea asiática. Então quase todos estão entre Tailandia, China e Japão. E que a meu ver são pessoas que curiosamente trabalham com uma fotografia, no ponto de vista da captação, de um modo muito formal. Mas em quase todos o conceito de documento escapole, fica escorregadio. A gente tem dúvidas em relação ao que a gente vê: “o que é isso?” “Isso é real? Fabulação?”.

Eu começo um pouco com uma provocação com essa definição da fotografia que a meu ver que a própria formação da fotografia, seja nos cursos de fotografia de alguma maneira ela reafirma esse compromisso dela como documento como se a gente aprendesse a olhar pra fotografia e sempre entender que ali é um documento do que aconteceu.

 Em geral a fotografia é vista assim: câmera, luz, material... e processo laboratorial. Um processo que na verdade passa invariavelmente pelo registro de algum elemento que está rebatendo luz e é captado e registrado pelos materiais foto sensíveis e num processo laboratorial ele se evidencia. Temos um desenho fotogênico de penas e rendas do ...... de 1839 que nada mais é que a questão do fotograma – Eu ponho coisas em cima de um papel fotográfico, acendo uma luz e o papel grava coisas que estavam sobre ele como essas penas e as rendas. O que coloco e que é um ponto nos âncora a essa ideia é que a fotografia é geralmente entendida como técnica e não como linguagem. 

Na Universidade (UFPA), no Fotoativa, no Curro Velho,  como invariavelmente um curso de fotografia começa sobre como a fotografia acontece e da afirmação de que é um registro. E quase sempre a discussão se esgota toda nesse campo e que ela dificilmente passa para o campo da linguagem. Na academia tem mais espaço, principalmente a galera da pós-graduação, essa questão começa a ser tratada, mas na graduação fica uma coisa de “vamos experimentar fazer fotografia”. Em geral a fotografia é abordada em escolas e academias a partir da sua história, enumeração linear de eventos, autores, evoluções técnicas e estilos, e não a partir de um questionamento de suas especificidades enquanto linguagem. O por um paralelismo com outros parâmetros ou outras disciplinas culturais. “Pará que a fotografia se torne algo transparente é preciso apagar todo o rastro de evidência material”, essa é uma afirmação do Lissovsky, mas falando do quanto a gente precisa se desapegar um pouco desse valor documental, do procedimento técnico do registro da luz pra compreendê-la como linguagem. Para avançar a discussão.

Eu começo a falar da nossa relação com imagem em nossa cultura a imagem é o equivalente, o vestígio ou o índice de algo que existiu na realidade material se a nossa cultura valoriza esse perfil funerário a máscara mortuária, e agora a fotografia e porque todos eles são entendidos não como representação mas como vestígios materiais.

Aqui tem um clássico que é o Roland Barthes que é um dos que mais afirma enfaticamente isso - na foto o significado não está nela mesmo, na fotografia, mas na realidade da qual ela surge e da qual ela é contingente. Contingente é um objeto verdadeiro, um testemunho das existência do mundo real, isto aconteceu – Roland Barthes fala que o valor da fotografia não está na fotografia, nela em si mas no lugar de onde ela provém. Então Barthes é um dos que mais afirma esse valor documental da fotografia.

Aqui eu tenho talvez o que seria, até então, considerado como o primeiro registro fotográfico que é uma vista da janela em Le Gras realizada, mais ou menos, entre 1826 e 1827. Aqui a fotografia como memória. A nossa relação que começa a existir com a memória – entendida como índice a fotografia funciona como equivalente físico e material da memória. Esta, como indica sua origem etimológica, está relacionada com a mente. Se pega a palavra memória que deriva da raiz raiz “mem” que indica ter uma atividade intelectual e relacionada com o verbo minisce que quer dizer colocar-se no espírito. A memória, resumindo e considerando essa variação, implica uma dimensão espiritual, está ligada ao mundo dos espectros.

Logo, fotografia é uma realidade é igual a uma imagem como índice a relação é a contingência entre esse mundo real e esse elemento construído e a função é uma memória, a gente, através dela se recorda desse elemento real. A imagem é o rastro que o percepto deixa na mente quando a percepção é descontinuada. Uma imagem é, portanto, uma impressão visual que fica em nossa mente quando fechamos os olhos só podemos vê-la por meio da memória. Então, imaginem que a imagem é uma coisa que fica aqui e que passamos a ver ela só quando se interrompe a percepção. Ao se interromper a percepção e fechar os olhos a imagem se revela como algo que já se depositou na mente e que só podemos vê-la por meio da memória. A memória então se assimila com o vivido e com o processo de cognição, é um processo seletivo das experiências vitais e sensoriais mais importantes, porém é um processo ativo e criativo que implica numa reciclagem contínua desses preceptos e conceitos.

Lembramos que a palavra perceber tem a mesma raiz que conceber no sentido de cogitar e/ou pensar. As emoções modificam efetivamente a percepção. Socialmente a memória, no entanto, e tida como algo neutro, transparente e mecânico. A gente sempre acha que a memória é fidedigna tanto quanto é a fotografia enquanto documento e cada vez mais se dá conta de que a memória é uma questão editada. O que sentimos, nosso estado emocional modifica a percepção que está se tendo, é muito comum se ter uma ideia de um fato que aconteceu – uma memória – e considera-la absolutamente fidedigna do que aconteceu e basta se deparar com a mesma análise de outra pessoa que também viveu a cena para perceber que a memória da outra pessoa não corresponde a nossa. Então esse dado foi filtrado pelo nosso emocional, nós abrimos mão de algumas coisas, editamos a memória. Me deparo várias vezes com isso, as vezes com minha mãe me lembro de um cena e ela diz que lembra do fato mas que não acontecera daquela forma. E você começa a se dar conta de que editou toda a memória.

Nando: Acho que isso que estavas falando tem haver com a questão do teatro, do “ponto de vista”; da fotografia como registro que fica, mas se alguém estivesse mais para traz veria de um outro ponto de vista, que é o que a gente tem enquanto plateia numa relação com a pessoa que está em cena. Com eu estava falando no início sobre a questão da memória é exatamente um dos pontos que mais me deixa “louco”, não é essa memória de “há vamos lembrar alguma coisa”, mas de como essas questões ficam registradas, o que elas nos trazem e como é que podemos ativar isso novamente. Esse exercício de como é que se reativa uma coisa que você viveu ou uma sensação que você teve e que você quer comunicar, usar daquilo pra comunicar.

Alexandre: O Nando falou sobre o ponto de vista e eu reforço a questão do estado emocional, pois falaste sobre a tua impressão do que era o navio Presidente Vargas, quando criança, de que era um navio enorme – E pra mim também. Enquanto falavas eu lembrava, essa também é um memória viva pra mim (o navio Presidente Vargas), sempre associava com esses transatlânticos. E minha mãe falava “que era um navio que ia pra Mosqueiro e pra Soure” então tinha a coisa humilde mesmo, do lanche, e da bolacha, do “pão com manteiga”, e que tem uma memória construída mas que na verdade foi editado, um ponto de vista infantil.

Como quando se volta a entrar num lugar que se ia quando criança e se diz – Nossa! Esse lugar é pequeno... A impressão que eu tinha é que ele era imenso. Isso porque o nosso estado de espirito daquele momento constrói essa imagem. O encontro das duas, ambas, fotografia e memória têm como objetivo principal armazenar algum tipo de essência imaterial, instantânea e volátil: Aquilo que foi, existi agora resistindo à morte na imagem e na memória as duas funcionam de maneira parecida trazendo ao presente imagens do passado de um modo visual. Uma, a memória faz isto de um modo mental enquanto a outra, foto, o faz de modo material.

O Benjamin faz referência ao detalhe como elemento central de diferença entre a pintura e fotografia, jamais como técnica, dessa apreensão. Enquanto que a pintura contempla a realidade a distância a fotografia penetra profundamente na textura. Foi uma das coisas surpreendentes da fotografia que com um clique detalhava os tijolos, paralelepípedos da rua e detalhes tão ínfimos que na pintura não se detinha. Só podemos nos lembrar (e esse é um fato curioso de memória e imagem) daquilo que vivemos. Contudo, inconscientemente todos acreditamos conhecer algo alheio a nossa experiência direta. Temos a certeza, por exemplo, de conhecer uma ameba, a Patagônia, a Grande Muralha da China o Grand Canion, mas na realidade sabemos como eles são? Nós os conhecemos verdadeiramente ou apenas temos uma ideia? Aquela expressa pela foto – a que todos os demais conhecem. Cremos de maneira mais ou menos inconsciente de que a informação fornecida pela foto é verdadeira? Compartilhamos a sensação de possuir, participar, de experiências que vivemos apenas por meio de imagens? Pode-se falar deste conhecimento de segunda mão como memória?Há uma coisa muito curiosa que é desse mundo contemporâneo das imagens: mas do que uma memória as imagens publicas constituem uma invenção ou um substituto dessa; o poder da memória social e do que ela constrói é tão grande que começamos a agir como replicantes que vivem de acordo com uma memória artificial implantada. Fazemos até as nossas fotos pessoais de recordação segundo padrões socialmente estabelecidos. È incrível como hoje vivemos com uma memória muito vasta e que se formos um pouco mais críticos veremos que se trata de uma memória implantada. Não é uma memória nossa, nós a adquirimos de segunda mão. Já chegou a nós como uma edição de uma edição de uma outra edição. Logo, a questão da memória começa a se tornar cada vez mais complexa.

Fábio: Eu me lembrei de revistas de viagem; Pessoas compram revistas de viagem pra construir uma memória que viajou nesse lugar, achei totalmente interessante... Veio na minha cabeça isso, e também veio a questão do emocional...  Já entrei em exposições de arte em que vi tudo e nada me criou memória por que meu emocional não estava bom; nenhuma imagem fixou, nem construção. Não peguei o olhar do fotografo, não peguei nem uma pintura. Nada ficou.

Alexandre: Tem uma estória incrível que eu lembro sempre do Sinval Garcia. Ele fez um trabalho em que ele pegava o papel fotográfico e dentro do laboratório ele enfiava o papel nos químicos  mas não o papel todo; Então tinha partes do papel em que o químico não passava, e o certo é que o químico criava uma paisagem; criava uma mancha que depois ele revelava e ele via ali paisagens de lagos, de montanhas; e ele as titulava com nomes como monte “alguma coisa” da Tanzânia, Lago “sei lá o quê” de Nairóbi. E ele dizia que na exposição vinham pessoas dizendo emocionadas – Eu fui nesse lago... Eu vi esse Lago. E eu vi essa cena, ela me pertence também e era uma memória completamente ficcional. É legal pra gente pensar nesse emaranhado que constitui a nossa história, o nosso conceito de documento, o nosso conceito de verdade... Começamos a ver que estamos num emaranhado de afirmações.

Luciana: Você estava falando sobre estas questões de foto de família e eu estava me lembrando que aconteceu uma coisa muito engraçada comigo. Meu pai morreu eu tinha dois anos de idade, então tem muitas fotos dele e muito poucas comigo e tem as estórias que eu ouço das pessoas contando da reação dele comigo e comecei a me lembrar de estórias e passagens minhas e fui perguntar pra minha mãe que disse que não tinha se passado daquela forma. Eu tinha inventado um estória minha com ele a partir daquelas fotografias e das estórias que eu ouvia. É engraçado isso de fotos de família que a gente vai construindo uma memória que não é mais documental: documento verdade.

Alexandre: E é uma memória que parece ser uma memória possível. Talvez seja uma memória que a gente suporta carregar com a gente. Sabemos também que nessa reedição nós suprimimos questões sem perceber e retocar outras. É muito legal perceber essa matéria volátil.

Os primeiros fotógrafos e os primeiros interpretes da fotografia louvaram nela a representação precisa, a suposta impossibilidade da invasão do fantasioso e do impreciso na produção da imagem fotográfica o seu caráter industrial e científico. A fotografia criava uma visualidade própria da sociedade industrial, supostamente bania da imagem as fantasias, crendices e fabulações barrocas da sociedade precedente. E legal até compreender o momento em que a fotografia surgiu junto com o advento da revolução industrial e esse compromisso com um olhar mais pautado pela verdade deixando pra trás aquele fantasioso e decorativismo barroco.

Edipo: Alexandre, não seria por isso que a fotografia ainda está presa a questão da técnica por esse momento de racionalidade, de precisão, de manufatura em que ela foi criada?
Alexandre: Talvez. Eu acho que ainda de certa forma – Uma opinião minha – ainda existe um senso comum de que a foto ainda guarda essa verdade. A questão da dúvida que paira sobre esse documento é cada vez maior. É claro que uma das coisas que foram mais evidentes para que isso viesse à tona fortemente foi o advento do digital. Não sei se vocês sabem que para a jurisdição uma fotografia digital não é documento, não é prova, mas uma analógica o é. Havia uma falsa ilusão de que o negativo era prova. Uma vez que foi marcado pela luz – se está no negativo é real. O arquivo digital é corrompível, há várias possibilidades de alterar, como tirar uma pessoa da cena e etc. Mas, curiosamente, achamos que o documento só entrou em discussão ou em dúvida a partir do digital e pra isso eu coloco uma foto do Daguerre, que é de 1838 (praticamente o surgimento da fotografia) em que o Daguerre fotografava as ruas de París da janela de seu ateliê. Curiosamente, são imagens em que paris sempre aparece como uma cidade praticamente deserta aonde ninguém anda por esta cidade. Poderia se dizer do documento que é provavelmente muito cedo da manhã, e, no entanto há uma questão do próprio procedimento: O tempo de exposição era tão longo que as pessoas que estavam em movimento não eram registradas pela imagem e talvez as únicas que foram registradas sejam a dupla que aparecem numa esquina que é um engraxate e uma pessoa que está sentada tendo seu sapato engraxado. O Fontcuberta relata que ha pouco tempo surgiu, do nada, uma segunda fotografia deste mesmo ângulo em que a dupla não está lá e que ele coloca na verdade isto que está sendo muito discutido atualmente na fotografia e a relação performativa: o fotografo enquanto um performer. Ele questiona até que ponto esta dupla não foi colocada em cena – se essa cena não foi dirigida. Até hoje se afirma que uma fotografia é indicial não só porque a luz indica que ali tem um referente que rebate essa luz, mas também porque a fotografia indica que alguém, esse alguém é o fotografo, elegeu aquele tema, enquadrou, retirou outras questões e arrancou ele do real para campo da linguagem. Então, ela também é indicial porque existe uma relação performativa. O fotografo sempre vai ser aquele que decide que vai arrancar algo do real e jogar no campo da linguagem.

Só para expressar o quanto a dúvida do documento talvez sempre tenha pairado sobre a fotografia e por muito tempo se manteve talvez em suspensão. E parece que o mundo, a cena contemporânea, trás essa questão a tona e quando começa a se rever toda a história da fotografia se vê bem que essa questão sempre esteve lá. O que de certa forma não era discutida: havia uma ilusão nesse documento.

Karine: Não existe forma de se manipular a fotografia analógica?

Alexandre: A princípio sim, mas o negativo propriamente dito, não. Vários fotógrafos se referem que quando se clica pra capturar uma imagem essa já está decidida mentalmente. Imagina que você editou, você recortou, mesmo no instante decisivo... Aparecem filmes do Breson fotografando, em que ele baila com a câmera escolhendo o enquadramento, e ele fala que sentava numa cadeira do parque e enquadrava porque ele já sabia que lá seria capaz de acontecer uma cena e ele ficava esperando a cena acontecer. Existe uma indução.

Victor: O ...... Fazia isso Naquela performance do salto para o vazio. Ele edita a imagem pois não tá pulando da janela e tem um colchão em baixo.

Alexandre: É uma manipulação que não tá na matéria propriamente dita mas que está no campo da linguagem.

Fabio: Já fiz foto de laudo e tem que anexar no documento o negativo e as fotos do analógico.

Alexandre: É uma ilusão também...Na medida que a câmera e a lente ofereciam meios de se ver o que por outros meios não podiam ser vistos a fotografia se apresentou como um mecanismo de introduzir alterações nos processos interativos dada a diversidade de suas funções: das puramente técnicas, as puramente artísticas, passando pelas relativas ao lazer, a memória do homem comum e também pela pluralidade de sentidos que é tanto pelo lado do fotografo quanto do lado do fotografado assim como o lado do espectador da fotografia.É colocada essa pluralidade – essa relativização de documento e de verdade do diversos pontos de vista. Nesse sentido a fotografia se afirmou como um componente do funcionamento de uma sociedade cada vez mais visual intensamente e independente da imagem. Mas não seria ela o melhor retrato dessa sociedade? E nessa perspectiva que se pode encontrar o elo entre a cotidianidade e a fotografia.

A fotografia é hoje como representação social e memória do fragmentário que é um modo próprio de se ver essa nossa sociedade contemporânea. Mesmo que tenha tido uma origem difusa e funções inespecíficas a fotografia vai se definindo no contemporâneo como suporte de necessidades de vínculo entre momentos desencontrados do todo como documento de tensão entre ocultação e revelação tão características da cotidianidade. O Fontcuberta fala que a fotografia cada vez mais com essa coisa das mídias móveis e dos equipamentos digitais leves, ele fala da fotografia como prótese. Antes o gesto de decidi fotografar era precedido de uma intensão que tinha que ter um esforço físico – Tinha que se apertar o botão com força e rodar. Hoje em dia com o touchscren e os novos aparelhos de fotografia basta passar o dedo e já fotografou. Já está tão próximo da gestualidade do corpo fotografar que Fontcuberta fala  da fotografia hoje na contemporaneidade já não é mais tão entendida como a afirmação de algo que existiu, mas é uma afirmação de existência. Então, você se fotografa ou fotografa cenas tão banais como se estivesse o tempo todo se afirmando: eu existo...Eu existo... Junto com isso fotografamos e postamos como se quisesse dizer pra todos – Eu estou aqui...Eu existo...Eu passei por esse lugar – E é muito curioso isso, compreender uma nova perspectiva da fotografia que é a que se vê hoje. Fotografia que chegam a ser até desconfortantes com enquadramentos banais, mas a potência está naquele flagrante tão desconcertante.

Nando: Eu me lembro de um tempo em que a gente tinha essa questão da fotografia da família. Se conseguia um filme que tinha doze chapas. Você batia. Mandava revelar. E era caro, não dava pra fazer todo o tempo a hora que quisesse. Tinham os dias especiais. Agora não.

Fico pensando em como isso vai criando realidades, uma por cima da outra, e como, quem tá nascendo com isso, quem tem hoje três anos de idade e é uma criança que está vivendo com isso, como é que em trinta anos isso vai se dar. Essa saturação. Puxando pra questão da memória, eu consigo lembrar de uma fotografia que eu tirei com meu sobrinho no colo, sentado na praça de São Brás. Eu consigo lembrar dessa fotografia porque era raro fazer isso de sair com uma maquina pra poder fotografar, então esta fotografia eu nem me lembro de como ela era porém me lembro de ter tirado essa fotografia com meu sobrinho com 2 anos de idade e o pai dele tirando a fotografia. Imagina agora você se lembrar de uma fotografia que você tirou ontem. Com certeza ontem você tirou uma fotografia, mas não tem a menor ideia de qual foi.

Alexandre: O Fontcuberta fala da proximidade. Essa nova geração certamente já nascem com um novo entendimento de memória que não é o nosso. E a velocidade com que essa geração registra, analisa, descarta e edita é grande. Eles fotografam, olham e descartam. Fontcuberta fala que é quase na velocidade do piscar dos olhos. E sabemos da quantidade de próteses que hoje estão sendo colocadas – Chips! – a retina está começando a ser substituída, os cegos estão podendo ter acesso a imagem. Estamos rapidamente, a uma velocidade incrível, agregando equipamentos ao corpo propriamente dito e vinculando eles com nossos procedimentos mais naturais.

Victor: Falas da fotografia como afirmação da vida. Como uma espécie de prótese. Recentemente um amigo meu veio a falecer e ele estava numa residência artística na Turquia. Havia passado uma semana e ninguém sabia dele porque ele tinha parado de postar fotografias da viagem. Meus amigos ficaram preocupados até que a irmã dele procurou a policia Federal e descobriram que havia um atestado de óbito e que ele tinha falecido. Então é curioso perceber isso, como a gente vive isso.

Alexandre: A morte vem por essa ausência do afirmar do existir. É curioso isso, teve uma amiga minha, Isabela Prado de Minas gerais, que faz muita residência artística em local “punk”. Era uma residência artística na qual os artistas não podiam relatar a alfândega que eram artistas, e tinham que entrar como turistas e conseguir chegar até a Palestina. E a Isabela decidiu – escolheu dez pessoas e eu era uma dessas – que iria fazer um diário. Diariamente iria postar imagens e fatos; e ainda disse – Se por dois ou três dias o diário não for alimentado eu peço que comecem a se ‘movimentar’. E é incrível como a gente começa a ver que nossa relação com a imagem é a afirmação do existir: faz parte do nosso respirar.

Por meio dela ( a imagem) revelasse o oposto ao entendimento de uma estrutura cristalizada e imutável. Ela entrosa-se dinamicamente nas necessidades do processo social enquanto documento da cambiante suposição das personagens. Como nos jogos eletrônicos ela ganha sempre. Antecipa-se ao jogo reinventando a regra a cada jogada. A fotografia se propõe ai como documento da incerteza e não da certeza.

O Lissovsky também fala da fotografia contemporânea como um documento da deriva. Os enquadramentos geram fotografias completamente a deriva a mercê de um fluir.

Eu fui a uma palestra, na UFMG, que era de uma incorporação também contemporânea do erro na fotografia, da fotografia impura. Então, o que a 10 anos atrás era inadmissível uma fotografia conter; do ponto de vista do enquadramento, da sombra ou do “sangue”; até pra uma fotografia publicitária. Hoje a fotografia contemporânea absorve isso tudo como afirmação desse “a deriva”. É como se fosse um documento absolutamente contemporâneo, a fotografia passa a incorporar isso quase como uma assinatura. O que é muito legal.

Hoje a gente se depara quando vai em salões de arte contemporânea no senso comum alguém olhar e dizer – Mas eu faço essa fotografia...! E na verdade está trazendo algo dessa nossa nova relação com a fotografia e com o equipamento. Na fotografia, o essencial não é a perfeição do seu processo da captura do real, mas o fator psicológico que ela satisfaz. Por um meio mecânico o nosso apetite de ilusão se perpetua. Sob a metáfora da pequena bola de vidro de cristal ela impõe ao imaginador o reinado da imaginação. Nosso vínculo com a arte é a evidencia de que optamos pelo sonho por acreditarmos na ilusão da realidade. Isso não quer dizer que tudo está perdido. Que não temos mais como sair do mundo das sombras se aceitarmos a polissemia como um arranjo saudável dada a relação de uma certa positividade.

Fica algo como: Não temos mais verdades, tudo foi implodido. Não é que não tenhamos mais verdades, mas está foi relativizada. É melhor compreender que podem existir várias verdades ou que verdades são afirmações provisórias que podem durar um pequeno e curto espaço de tempo. Compreendendo esta polissemia se pode encarar o contemporâneo de uma forma mais potente.

Reconhecermos a existência de uma força resultante de uma envolvência sensitiva que nos impulsiona sempre em direção ao novo com estímulos irresistíveis e atraentes aos sentidos desenhados por uma espécie de acrobacia que executamos com elementos que animam a nossa vida. Hoje poucas são as afirmações estandardizadas de movimentos ou grupos que sobrevivem a um espaço polissêmico de criação que busca acompanhar o ritmo veloz e fugidio do nosso tempo a cena contemporânea revela uma nova relação da fotografia com o mundo inserindo-se nas mais variadas formas do tecido social sem necessariamente se inspirar nele uma nova mitologia a partir de modelos que tem em comum o fato de estabelecer vínculos entre vida cotidiana, e formulação, e afirmação de modos de ver ficcionais.

Esse documento, essa memória é a afirmação de tudo que pode ser ficcional, mas pode ser verdade. Pode ser a afirmação de uma verdade possível. Vários autores e até sociólogos falam que até hoje já não dá mais pra se falar de identidade. Tal termo não se sustenta mais. Hoje se fala muito mais de identificação. Identidade que antes era compreendida como uma coisa cristalizada e inalterada. A Luciana é a Luciana e a pessoa que a gente conhece enquanto que na identificação a gente sabe que tal pessoa está em permanente revisão. Por exemplo: A Luciana que está aqui não é a mesma pessoa que vai estar daqui a quatro horas no Bar. E é esse o caráter cambiante das identidades, nossas verdades e afirmações.

Nessa nova perspectiva os estilos de vida assumem o status de modo de ação performativa e vice-e-versa. O tempo vivido e o da criação se sobrepõe um ao outro numa conformação de uma relatividade provisória a ser experimentada e vivida a partir de princípios de aglutinação dinâmicos e momentos de convívio construído. Estamos falando de como a nossa vida se confunde com uma relação performática. Vivemos num grande caldo performático, de ações performativas e de jogos e de construções de memória e de verdade e etc. O ponto incomum entre essas práticas reside tão somente em sua faculdade de indicar trajetórias possíveis dentro do caos que é a realidade. A imaginação se oferece neste caso como uma prótese que se fixa no real para conceber espaços de intercâmbios possíveis. A relativização de todos os elementos.

Vivemos em um tempo de verdades provisórias. Não há por que temer o novo, o que não coaduna com nossas certezas – Afinal, de que certezas nós estamos falando? Atermos a certezas absolutas pode, em alguns casos, ocultar e afirmar uma pretensão de superioridade por meio de uma privilegiada associação com o saber tradicional. Então quando se afirma uma verdade absoluta é por que ali existe um estandarte de sustentação de uma afirmação de poder. Circunstâncias mutáveis e o encontro com novas relações podem oferecer novo alimento a reflexão e ocasionar novas orientações fazendo com que o conhecimento continue perene, mas em outro sentido. Afirmar a produção e interpretação de imagens como espaço da experiência do viver é uma maneira de garantir possibilidades gratificantes e infinitas de interpretações da vida. Na medida em que nos lançarmos de maneira livre e desarmada nessa experiência recebemos em retorno nossa vida transfigurada esteticamente.

É a questão do deixar-se lançar ao exercício... E aqui eu faço uma referência, falando esteticamente do que me agrada, por exemplo, ter visto aqui no (Reator)o “incidental” do ponto de vista de que a gente tá mergulhado numa experimentação cênica, quase que auto biográfica de uma pessoa que vive num espaço aonde eventualmente ela acorda, desce, experimenta, sobe, dorme. E isso parece pra mim muito mais instigante que me deparar com o ponto de vista linear; uma narrativa construída de início, meio e fim que talvez não coadune muito com o que compreendo dessa forma como articulamos as coisas contemporâneas.

Aqui eu vou colocar alguns artistas: http://issuu.com/mangifera/docs/workshop 

Clik para seguir o LINK com a "apresentação" preparada por Alexandre Sequeira para o workshop peformance + fotografia + vídeo + multimidia






Para N esquecer: Memórias que N tenho, mais que N devo esquecer!

Um pequeno achado: A coluna "PASSARELA" de Vera Cardoso Santos, alguns dias depois do naufrágio do navio Presidente Vargas ...
 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

WORKSHOP

  Sobre o workshop de performance+fotografia+vídeo+multimídia  como parte integrante da bolsa “O Coração na Curva de um rio”

Começarei a postar alguns textos do Workshop realizado no REATOR e que iniciou no dia 11 de setembro de 2012, a primeira Postagem é a minha fala de abertura:

Nando Lima – Boa Noite! Sejam bem vindos ao Reator. Esse trabalho, que estamos começando hoje, é um Workshop bem aberto, uma experimentação. A base deste projeto é a questão da memória. E quando eu digo memória é algo muito aberto.

Então eu comecei a pensar o que seria pra mim memória, o que seria? O que eu queria discutir? No projeto eu coloquei alguns pontos de partidas que seriam apenas indutores para alguma coisa que vai se dar ao longo desse processo. Desses indutores; 3 são calcados em fatos: o primeiro é a viagem do Mário de Andrade pela Amazônia em 1927. Em que ele escreve “O Turista Aprendiz”, com as viagens da Amazônia e do Nordeste. Mas eu me concentro mais nessa parte da Amazônia, e mais propriamente Belém. Outro ponto é a vinda da Clarice Lispector a Belém em 1944. Em que ela ficou hospedada no hotel central e morou durante seis meses. Outro ponto é 1972, em 4 de junho de 72 um navio chamado “Presidente Vargas” afundou na frente da ilha de Soure aqui no Pará. E era um navio que fazia entre outros,o trajeto Belém Mosqueiro, Belém Soure. Era  da empresa que fazia a linha pra esses lugares. São 3 coisas que não tem nada a ver umas com as outras em principio.

Para mim, essa questão de memória é essa questão com o Mário de Andrade do que sempre ouvi dizer sobre ele, e li nos textos e hoje em dia vejo também na internet. Na escola a professora dava pra gente estudar o texto “como Belém é linda...” ou “Belém isso Belém aquilo...”. E isso foi criando um universo na minha cabeça que eu não consigo explicar pra vocês de maneira clara o que significa isto aqui neste momento, porém, tem um negócio que foi criado na minha cabeça com essas questões sobre o que é ver, perceber, e ser Belém.

O outro com a Clarice:   quando eu tinha 16 anos comecei a frequentar o “Bar do Parque” que nessa época era um centro frequentado por artistas. [...]E comecei a ouvir que a Clarice Lispector tinha estado em Belém. E como eu estava com o pessoal do teatro, O Benedito Nunes e a Maria Sylvia Nunes eram uma referência... Havia o fato de que eles tinham convivido com a Clarice e eu começava a perceber na época que a “Clarice” era uma grande escritora.

Então para um garoto que está começando a querer fazer alguma coisa nessa área de artes e escuta esse tipo de coisa de pessoas que estão em outro patamar de vivência, isso começa a criar um universo de imagens e significados.

 Em 1972 quando o navio Presidente Vargas afundou eu tinha 9 anos de idade. E lembro de ouvir no rádio, e eu nunca tinha viajado de navio pra canto nenhum, e mesmo nunca tendo visto,  pra mim era um navio gigantesco, enorme, e isso ficou por muito tempo na minha cabeça de alguma forma que não sei dizer.
E ai quando eu comecei a pensar na questão da memória, uma das coisas que me ocorreu a respeito do navio Presidente Vargas é que a minha avó tinha um álbum de fotos em que alguns amigo,  tios e etc... que alguma das pessoas estavam vestidas de marinheiro e eu de alguma forma liguei uma coisa com a outra. E pensando nessas coisas, elas começaram a aflorar e a vir.

Pra mim são 3 indutores e que eu não tenho a menor ideia do que vai dar, e que com certeza eu não tenho a menor intenção de ser e trabalhar de maneira documental no sentido de colocar o que a história foi; Mas simplesmente tentar me reportar para o meu imaginário, e o que me fez ser o que eu sou. Essas coisas todas elas somam com essa vontade de compartilhar com pessoas que eu sei que de alguma forma buscam caminhos e ou trilham caminhos que se tocam no exercício do fazer artístico, de como é que se pode trabalhar com arte, de como é que se pode viver com arte.

Hoje eu tento colocar nas coisas que eu faço exatamente o que eu penso o que eu sou. É quase que uma opinião. ...às vezes você olha e pode parecer algo muito velado, mas eu estou me expressando com uma coisa que é muito clara pra mim. Sinceramente eu tento chegar em todos e 80% das vezes até não se consegue plenamente, mas eu tento de maneira sincera. Não tenho nenhuma intenção de fazer alguma coisa que ninguém entenda ou fazer uma coisa que não tenha nenhum embasamento. Acho que existem milhões de formas de se fazer, milhões de forma de ver arte. Realmente é uma questão plural onde muitas coisas cabem e podem ser feitas. Acho que o que eu sei fazer é só mais uma maneira de se fazer.

Quando eu comecei a articular a ideia, conversei com algumas pessoas que estão ao meu redor como o Alexandre, O Danilo, o Leo, que é um parceiro de anos de trabalho, A Luciana. Enfim, sempre fico tentando me “antenar” com as pessoas e tentando trocar alguma coisa. Pra esse workshop achei interessante pedir ao Alexandre Sequeira  pra fazer uma fala sobre o trabalho dele por que eu sei que de alguma maneira toca nessas ideias que eu tento trazer pra esse trabalho da bolsa. A Ana Lobato que é uma pessoa que trabalha com o cinema, que tem uma carreira nessa área voltada pra pesquisa dentro do cinema, é uma pessoa que conheci no IAP- Instituto de Artes do Pará, e que noutro tempo fui aprendendo com ela várias questões sobre imagem e acho que é uma pessoa legal pra conversar com a gente. O Marcelo Rodrigues é uma outra pessoa, e que é técnico, e é câmera, e que tem uma maneira muito própria de enxergar o mundo e de traduzir o trabalho que ele faz. O Marcelo foi câmera em vários documentários, em vários filmes de ficção, de coisas experimentais como, por exemplo, o trabalho que a gente fez com o Danilo que é um trabalho de dança e que já participou em um  festival da Colômbia, do Dança em Foco aqui no Brasil, festivais específicos pra esse tipo de trabalho. E foi um trabalho feito com toda uma intuição, então o Marcelo é uma pessoa que fui aos poucos conhecendo. E a Val Sampaio que é uma pesquisadora, artista, que conheço já de muitos anos, mas que principalmente tem um trabalho que une tecnologia e ideias e um conhecimento acumulado e a visão clara sobre o uso de novas tecnologias na arte.  Quando eu digo que não sei onde vou chegar é por que realmente quero ouvir essas pessoas e comparar o que eles dizem com coisas que penso. É uma possibilidade de chamar pessoas interessadas e de conversar e abrir...

O projeto da bolsa eu escrevi sozinho, não tinha nenhuma outra pessoa envolvida e aos poucos estou envolvendo algumas pessoas, por exemplo, o Léo que tem me ajudado  com o som. tudo que estamos fazendo aqui no Reator a gente tem gravado e guardado, O Lenilson Farias que esta me ajudando a organizar a produção executiva.

E para começar nossa jornada vou passar a palavra  ao Alexandre Sequeira.